Sexta-Feira Santa

Leia: João 19.17-30

Como são significativas as últimas palavras e lembranças de alguém especial, elas são difíceis de ser esquecidas. Talvez agora vocês estejam buscando na memória momentos assim, lembranças que o tempo não pode apagar. 

O tempo não apagou as últimas palavras de Jesus na cruz. Elas são importantes, pois apontam quais foram os reais objetivos de Jesus e porque ele veio ao mundo. Das sete últimas Palavras de Jesus, essa breve reflexão vai se basear em apenas três situações dos últimos momentos de Jesus. 

 Depois dos soldados terem tirado a túnica de Jesus e feito um sorteio para quem ficaria com ela, Jesus abre os seus olhos e vê sua mãe diante de si e junto dela o discípulo que ele amava, João. As últimas palavras de Jesus se dirigiram a sua mãe quando disse a ela: “Este é o seu filho.” E depois apontou para João: “Está é a sua mãe.”  

Jesus cuidou e se preocupou com ela até o fim. São Palavras de afeição. Ele amou a sua mãe. Ele não esqueceu da sua família. Ele encarregou a quem ele mais confiava, o seu “discípulo amado”, João, para cuidar dela. O discípulo João aceitou a tarefa dada pelo seu mestre e cuidou dela como se fosse sua própria mãe. Pois, José, seu pai, provavelmente já havia falecido e seus irmãos naquele momento não acreditavam que ele era o Messias (Jo 7.5), só vieram a crer mais tarde. Conta-se a história que João foi residir com ela em Éfeso, onde veio a falecer. 

Nessas breves palavras, percebemos o amor e o cuidado de Jesus com a família terrena. Assim também nos faz refletir que é nosso dever cuidar e amar a família que Deus nos deu. O amor revela-se, em primeiro lugar, na vida familiar: “Porém aquele que não cuida dos seus parentes, especialmente dos da sua própria família, negou a fé e é pior do que os que não creem.” (1 Timóteo 5.8) A família é algo que Deus nos deu e precisa ser cuidado e protegido, que precisa ser amado e respeitado como um tesouro valioso. 

A segunda Palavra registrada no Evangelho de João foi simplesmente: “Tenho Sede!” Aqui Jesus demonstra a sua verdadeira humanidade.  A imagem descrita aqui mostra o é que sentir sede e aponta para um dos sofrimentos mais marcantes do inferno, que é nunca estar satisfeito. O pedido de socorro que percebemos na história o rico e o Lázaro (Lc 16.19-31) mostra que uma pequena gotinha de água poderia trazer alívio e satisfação a uma situação desesperadora. Essa é a realidade humana sem a graça de Deus, aquilo que temos e aquilo que possuímos nunca seria o suficiente para saciar os nossos desejos. E é exatamente para mudar essa realidade que Jesus sacia a sede de todo aquele que beber da água que o próprio Jesus der.  

“mas a pessoa que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Porque a água que eu lhe der se tornará nela uma fonte de água que dará vida eterna. (João 4.14)  

“Aquele que tem sede venha. E quem quiser receba de graça da água da vida.” (Ap 22.17)  

Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Como dizem as Escrituras Sagradas: “Rios de água viva vão jorrar do coração de quem crê em mim” (Jo 7.37,38) 

Jesus com todo o peso dos pecados da humanidade mostrou o qual seria o nosso destino se ele não estivesse se colocado em nosso lugar.  

A última palavra contida neste relato é a mais significativa: “Tudo está completado!” Todo o Evangelho de Deus transmitido em uma frase apenas. O momento deste grito encerra uma caminhada que toda a humanidade trilhava desde o dia em que caiu em pecado. A maior batalha de todos os tempos, travada neste mundo, chega ao fim.  Está Completado! Não foi um grito de desespero, mas aqui demonstra o grito da vitória, a satisfação de ter terminado, é a declaração de que a sua missão havia se cumprido.   

A obra de Cristo está pronta e o Reino de Deus está entre nós. As últimas palavras de Cristo na cruz revelam o amor e a compaixão de alguém que se preocupa e cuida de nossa Salvação.  

A minha oração é para que você encontre consolo nas Palavras de Jesus. Acima de tudo, tenha esperança, pois “pela graça de Deus somos salvos por meio da fé e isso é um presente de Deus”.

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