O que a agriculta urbana pode nos oferecer hoje?
Algumas pessoas costumam olhar para o trabalho como uma punição aplicada por Deus. Porém, uma visão proveniente da Reforma Luterana reconhece no próprio Deus um caráter “trabalhador” (Gn 1.31; Sl.121.4; Jo 5.17), e, por isso, que Ele se agrada do trabalho secular. Aliás, Ele se orgulha de ver o ser humano trabalhando e no trabalho o chama para Si: Moisés pastoreava o rebanho de seu sogro (Ex 3.2); Gideão malhava o trigo (Jz 6.11); Davi estava no campo (1 Sm 16.11); Eliseu arava a terra (1Rs 19.19); Pedro, André, Tiago e João estavam pescando (Mt 4.18-22); Mateus exercia seu trabalho na coletoria (Mc 2.13).
Já existem muitas experiências de agricultura urbana em São Paulo: hortas comunitárias; plantio em praças públicas; adaptação de áreas verdes em condomínios residenciais; jardins em terraços de prédios comerciais. Mas, o que pode acontecer se montarmos uma horta em nossa igreja?
A agricultura exige técnica e experiência, mas ela também carrega um aspecto social e cultural: com quem trabalhamos e como trabalhamos. Para nós, mais do que isso, a criação é capaz de nos ensinar sobre o seu Criador.
Talvez as plantas nos ensinem sobre o tempo (o tempo de sol e chuva, de poda e crescimento, de florescer e produzir). Talvez o solo nos ensine a equilibrar a diligência com o amor. Talvez nossas crianças nos ensinem outra vez a olhar com encanto para a vida que brota por todos os cantos. Talvez nós mesmos ensinemos uns aos outros aquilo que nossos pais e avós nos ensinaram também. E, se Deus permitir, talvez possamos compartilhar dos frutos que aprendemos a cultivar.